quinta-feira, 22 de abril de 2010

CENTENÁRIO DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS NO BRASIL








Daniel Berg e
Gunnar Vingren

"Pouco tempo depois, Gunnar Vingren participou de uma convenção de igrejas batistas, em Chicago. Essas igrejas aceitaram o Movimento Pentecostal. Ali ele conheceu outro jovem sueco que se chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora batizado com o Espírito Santo.




1º templo da Assembléia de Deus no Brasil (inaugurado em 08/11/1914)

Após uma ampla troca de informações, experiências e idéias, Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados.
Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend. Durante aquela visita, quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou, através de uma mensagem profética, que eles deveriam partir para pregar o Evangelho e as bênçãos do Avivamento Pentecostal. O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado do Norte do Brasil”.

(História das Assembléias de Deus, Emílio Conde - CPAD)



2º templo da Assembléia
de Deus em Belém

No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase que totalmente católico.
A origem das Assembléias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que varreu o mundo por volta de 1900, início do século 20, especialmente na América do Norte.

Os participantes desse reavivamento foram cheios do Espírito Santo da mesma forma que os discípulos e os seguidores de Jesus durante a Festa Judaica do Pentecostes, no início da Igreja Primitiva (Atos cap. 2). Assim, eles foram chamados de “pentecostais”.

Exatamente como os crentes que estavam no Cenáculo, os precursores do reavivamento do século 20 falaram em outras línguas que não as suas originais quando receberam o batismo no Espírito Santo. Outras manifestações sobrenaturais tais como profecia, interpretação de línguas, conversões e curas também aconteceram (Atos cap. 2).


Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram a Belém do Pará, em 19 de novembro de 1910, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do Batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. As igrejas existentes na época – Batista de Belém do Pará, Presbiteriana, Anglicana e Metodista, ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino pentecostal. A irmã Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911 foi a primeira crente a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros irmãos.

O clima ficou tenso naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de oração. Resultado: eles e mais dezenove irmãos acabaram sendo desligados da Igreja Batista. Convictos e resolvidos a se organizar, fundaram a Missão de Fé Apostólica em 18 de junho de 1911, que mais tarde, em 1918, ficou conhecida como Assembléia de Deus.

Em poucas décadas, a Assembléia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Em virtude de seu fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma nação protestante.


VISITE ESTE SITE:

http://www.assembleiadedeus100.org.br/htm/historia/historia1.htm

Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil



A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) é uma organização de natureza religiosa, sem fins lucrativos instituída em 1930 com a finalidade de agregar e coordenar as igrejas Assembleias de Deus no território brasileiro.

História
A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, CGADB foi criada ano de 1930, devido ao crescimento do movimento pentecostal iniciado pelos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, décadas antes.

De acordo com o estatuto da organização, a CGADB foi registrada juridicamente em 1946, pelos pastores Samuel Nystron, Cícero Canuto de Lima, Paulo Leivas Macalão, José Menezes, Nels Julius Nelson, Francisco Pereira do Nascimento, José Teixeira Rego, Orlando Spencer Boyer, Bruno Skolimowski, José Bezerra da Silva entre outros, com o intuito de estabelecer um espaço de discussão e direcionar o crescimento da denominação.

Em 1929 os missionários estrangeiros que atuavam no país transferiram a liderança das Assembleias de Deus no Brasil para os pastores brasileiros, dando o primeiro passo para a fundação de uma convenção nacional.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fundadores das grandes religiões



BUDISMO - Sidarta Gautama
O Príncipe Gautama, também conhecido como BUDA, fundou o "Budismo"por volta do séc. V a.C. Diz a tradição que seu nascimento ocorreu por volta de 560 a.C. e o mesmo foi concebido com 40 dentes dizendo "Sou Senhor do Mundo"; e que seu pai, o Rei Suddhodana da Índia, queria evitar que o filho tivesse contato com o sofrimento do Mundo, o isolando no Castelo, até que ele saiu.
CONFUCIONISMO - K'Ong Fu-Tse (Confúcio)
Nasceu em Lu, na China, por volta do séc. V a.C. Disse ter obtido a Graça Celeste pois sua mãe quando gestante peregrinou à montanha Ni-Kieou, onde a vegetação se abriu e ela encontrou os 05 elementos, a saber: madeira, fogo, terra, metal, água; considerados popularmente como os responsáveis pela vida terrena; e encontrou também um unicórnio. Confúcio tentou anos chegar ao poder. Era sempre ouvido mas nunca conseguia.

TAOÍSMO - Lao-Tse
Nasceu na China, na província de Honan; segundo a tradição chinesa, veio com o nome de Li Erh (Lao-Tse significa "velho filósofo") por volta de 604 a.C.; "Tao" significa "caminho". Consta a História que ele encontrou seu contemporâneo Confúcio e o repreendeu por sua vaidade e ambição. Lao-Tse criou o Tao Teh-King, que é a "Bíblia"dos taoístas.

ISLAMISMO - Abulgasin Mohammad (Maomé)
Fundado por Maomé na antiga Arábia Saudita, um órfão que nasceu por volta de 570 d.C.; se casou com uma viúva rica de mais ou menos 20 anos mais velha. Inspirou o Corão (ou Alcorão), considerado a "Bíblia" dos maometanos. Este por sua vez, preserva boa parte do Livro de Gênesis da Bíblia Cristã, e, na verdade, é uma mescla de zoroastrismo, judaísmo, budismo, confucionismo e até porções do Novo Testamento. Os maometanos são descendentes de Ismael, filho de Abraão com a criada Agar.

RASACRUCIONISMO - Desconhecido
Um desconhecido que percorreu a Europa em 1597 d.C. com o intuito de criar uma sociedade às pesquisas de Alquimia, Pouco se sabe sobre ele, mas lhe atribuem o livro "A REFORMA GERAL DO MUNDO" publicado em 1614 d.C. que tem como personagem principal Christian Resenkreutz. O livro conta que ele foi enviado a um mosteiro. Um monge o leva à Terra Santa onde morreu na ilha de Chipre. Christan foi para Arábia e Egito e após para Europa. Com os conhecimentos das peregrinações, reuniu a ordem e morreu aos 150, porque quis!...

MAÇONARIA - Mescla de ritos populares e de denominações distintas iniciado na Inglaterra por volta de 1717 d.C.; Seus contribuintes foram anglicanos, huguenotes, pedreiros livres e pessoas insatisfeitas. O mistério é a base da crença, que mantém um sistema de auto-ajuda aos afiliados em troca de "outras" coisas.

HINDUÍSMO - Mescla de Ritos Populares iniciados no Japão, século VI a.C.

XINTOÍSMO - Mescla de Ritos Populares iniciados na Índia entre 2000 e 1500 a.C.

ESPIRITISMO - Hipolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec)
Foi em 1848 [ano], em Hydevislle, EUA, que as irmãs Margaret e Kate Fox afirmaram ver as mesas girando, e ouvir pancadas na casa em que moravam... Faziam perguntas e estas eram respondidas mediante estalidos de dedos. O Sr. Rivail, médico e professor francês, nascido em 1804 lançou a "Bíblia" dos espíritas "O Livro dos Espíritos" em 1857; tornou-se médium. Organizou em Paris a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Adotou o nome de Allan Kardec, alegando ser este o seu nome na outra encarnação. Morreu em 1869 arrependendo-se publicamente por ter escrito tal livro. No Brasil, eis alguns de seus seguidores desfarçados: Legião da Boa Vontade, Ordem Rosacruz, Racionalismo Cristão, Cultura Racional, Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, etc.

VODU - Mescla de ritos africanos focado nas Antilhas que em 1803 d.C. foram levados em massa aos EUA onde teve uma certa Organização. Muito semelhante a Macumba e em certas seções há o assassinato de um indivíduo . Diz a crença que Vodu (ou Zumbi) era um deus que dominava à noite e protegia seus adeptos.

BAHAÍSMO - Mirzá Husayn Alí Nuri
Também conhecido como Baha Allah (Glória de DEUS), tal religião foi instituída pelo seu filho Sir Abdul-Bahá em 1894 d.C.; Na verdade, foi uma invenção islâmica de us dissidentes que queriam modificar pontos no Corão. Tais dissidentes eram liderados por Ali Muhammad que se denominava "A Porta" e muitos seguidores desta seita o consideravam uma espécie de "João Batista" para Baha Allah.

MORMONISMO - Joseph Smith Jr.
Nasceu em 1805 d.C. em Vermont/EUA. Influenciado por um livro fictício do Pastor Presbiteriano aposentado Salomão Spaulding que dizia que CRISTO após crucificação foi pregar onde é hoje os EUA e após afirmar que DEUS e CRISTO apareceram a ele dizendo para não ir a denominação nenhuma pois estavam todas corrompidas, publicou "O Livro dos Mórmons" ( a "Bíblia" deles) em 1830 d.C. que junto a "Um Livro de Mandamentos", forma a base da doutrina mórmom, também conhecida como Igreja de Jesus Cristo aos Santos dos Últimos Dias. Mudou-se para o Estado de Illinois onde adotou a poligamia, causando um cisma na seita (Smith teve 24 esposas e 44 filhos) e depois de vários problemas com a polícia, ele e o irmão Hiram Smith foram mortos a tiros por uma multidão enfurecida em 1844.

ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA - Guilherme Miller
Nos EUA, um fazendeiro, Batista, arrumou licença para pregar, embora tenha muita vontade, era ignorante e pouco instruído. Miller tomou Daniel 08:13-14 e ensinou daí que as 2300 tardes e 2300 noites são 2300 anos. Somou com o ano 457 a.C., data que Esdras chegou a Jerusalém e encontrou o ano 1843 d.C., o ano que segundo ele, CRISTO voltaria. Daí o título "Adventista", pelo grande ADVENTO. Passou o ano e nada aconteceu; Miller alegou erro ao usar o calendário hebraico em vez do romano. Remarcou para 22 de outubro de 1844. Nova decepção! Teve de fugir para sua fezenda, abandonou a "nova religião" e até pediu reconciliação aos Batistas. Apesar de tudo, seus seguidores continuaram, e a Sr. Hellen G White, que se tornou a nova prefetiza dos sabatistas, disse ter uma visão onde contemplava a Arca no Céu na qual ela viu as Tábuas dos Dez Mandamentos, sendo que na visão, o 4º Mandamento destacava-se dos demais; daí o "Sétimo Dia", formando Adventista do Sétimo Dia.

TESTEMIUNHAS DE JEOVÁ - Charles Taze Russel
Nascido em 1853 nos EUA, foi criado na Igreja Presbiteriana, passou para Congregacional e depois ingressou na Adventista, saindo logo depois. Em 1872, Russel conseguiu reunir um grupo de discípulos sem qualquer título e se auto-denominou Pastor. Usam a Bíblia para atrair leigos mas possuem a sua própria "Bíblia", adulterada. Afirmam ser a única Igreja certa e que CRISTO é apenas um dos Deuses!? Por isso, até Hitler os perseguiu na 2ª Guerra pela Europa.

CIÊNCIA CRISTÃ - Mary Baker Eddy
Nascida em 1821 nos EUA, quando jovem pertencia a Igreja Congregacional. Fundou a Igreja de Cristo Cientista (Eddyismo) que de ciência e de CRISTO não tem nada. Foi esta mulher influenciada por um relojoeiro que se dizia doutor, de nome Quimby, que era dado as práticas de ocultismo, psiquismo, espiritualismo.

TEOSOFIA - Helena Blavatsky
Mescla de religiões pagãs do Oriente, a Sra. Helena, de origem russa e descendente alemã, nasceu em 1831 e aos 17 anos casou-se com o General Czarista Blavatsky. Abandonando-o 03 meses após, era uma mulher explosiva. Tornou-se médium espírita e em suas andanças pelo mundo, teve contato com diversas religiões místicas. Subdividem a humanidade em 03 raças e 05 sub-raças e dizem que CRISTO está na 5º sub-raça.

PERFECT LIBERT (PL) - Tokoharu Miki
Uma imitação do Budismo. O Sr. Miki desde os 08 anos estava num monastério de Budismo no Japão. Aos 41 anos. Depois de diversas vezes tentando fundar a seita, conheceu mestre Kanada, que detinha 18 preceitos, somando a 03 de Miki formaram a base da religião, que se desfez em 1936 por desentendimentos internos. 02 anos após, Miki morre. Toruchira Miki, filho de Tokoharu, em 1946, pegando os 21 preceitos, resolveu ressucitar a seita.

IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL - Mokiti Okada
Okada nasceu no Japão e hoje é chamado de Meishu-Sama (Senhor da Luz). Embora os messiânicos existirem a mais tempo, somente em 1947a IMM foi reconhecida e oficializada pelo governo japonês. De Messias tal seita não tem nada! Não há qualquer referência do Senhor Jesus Cristo, nem do Espírito Santo, nem de nada vezes nada. Quando falam de DEUS, se referem a Meishu-Sama.

SEICHO-NO-IE - Masaharu Tanigushi
Após ter escrito o livro "Crítica a DEUS", onde Judas é o herói, Tanigushi, que nasceu em Kobe, no Japão, escreveu Seicho-No-Ie (Lar do Progredir Infinito), que com seu 1º número publicado em 1930, deu início a seita, afirmando ser Movimento de Iluminação da Humanidade. Afirmam que os ensinamentos de CRISTO na Judéia, Buda na Índia e o xintoísmo no Japão são manifestações do deus absoluto Amenominakanushi.

HARE KRISHNA - Krishna
Ramo do hinduísmo. No século I d.C., na Índia, o jovem Krishna, um condutor de carroças, declara-se encarnação do deus Brahma, até então um deus impessoal. Daí por diante, vários gurus dizem ser reencarnações de Krishna. Afirmam ser Krishna a "Suprema Personalidade de DEUS". Atuam pelo mundo, principalmente junto aos jovens, induzindo-os a largar a família e a sociedade, ter seus nomes trocados por termos hindus e passar a morar em galpões junto a outros adeptos.

MENINOS DE DEUS - David Brandt Berg
Fundada em 1970 por Berg, um evangelista da Aliança Cristã e Missionária nos EUA. Ele se dizia ter recebido de DEUS uma missão diferente e em 1968 iniciou entre hippies e viciados o seu trabalho. Sexo livre, ignorância bíblica, uma religião que "vale tudo". Seu slogan é "Todas as coisas são puras para os puros".

MOON - IGREJA DA UNIFICAÇÃO - Sun Myung Moon
Fundada na Coréia em 1954 por Moon, um milionário que nasceu na Coréia do Norte em 1920, de pais Presbiterianos. Tem a família como argumento e explicam: Adão e Eva falharam por causa do pecado; CRISTO e Maria Madalena por causa da morte de CRISTO antes do casar; agora está sendo levantada por Moon e sua esposa. Com isso, passam "por cima" de CRISTO e todos os ensinamentos da Bíblia.

Besta citada no Livro do Apocalipse




O que e quem a Bíblia chama de "a Besta"?

“Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.”

Apocalipse 13:1



Já é chegada a hora de mais e mais cristãos, e tantos quantos se interessarem, saberem mais à respeito do último dos Livros da Bíblia, o Apocalipse. Tanto mais se vai aproximando o Grande Dia, o Dia do Senhor, quando retornará o Senhor Jesus Cristo, mais se vai tornando necessário o exame e o estudo das revelações que Deus concedeu ao seu povo a fim de preparar-nos para os últimos dos últimos dias.

Muito diferentemente do que se passou (e que ainda se passa) nos corredores da Igreja Católica Apóstata Romana, a qual obstaculizou, por muitos anos (e ainda o faz), a leitura e a interpretação das Escrituras, a interpretação da Bíblia nunca foi um privilégio de um grupo seleto de teólogos e estudiosos. Muito pelo contrário, o que está escrito é para toda a Igreja, independentemente de nível intelectual, formação acadêmica, títulos ou mesmo cargos. A vontade de Deus é que cada membro singular do Corpo de Cristo cresça em conhecimento, treinamento e preparo a fim de se tornar cada vez mais atuante e proveitoso segundo o ministério (serviço) que o próprio Deus distribui a cada um, segundo a Sua vontade.

De forma tremenda e espetacularmente sábia, Deus ocultou em enigmas e simbolismos muitas das revelações sobre o fim dos tempos, reservando assim, a Si próprio, a autoridade de desvendar, a seu tempo, este ou aquele acontecimento predito. Desta forma, não depende de quem simplesmente deseja conhecer este ou aquele significado de alguma revelação das Escrituras, mas depende de Deus conceder ou não a revelação sobre o que está escrito, não havendo, portanto, lugar para qualquer jactância humana, pois o conhecimento vem do alto, onde está o trono de Deus, não de baixo, onde habita o homem.

Certamente que alguns lerão este texto e não o compreenderão, enquanto outros o entenderão e louvarão a Deus, estando na dependência d’Ele o conceder que se entenda isto ou aquilo, segundo a revelação dos mistérios das Escrituras. Permanece assim o princípio verdadeiro e imutável do conhecimento das Escrituras, segundo o qual a Bíblia interpreta a própria Bíblia, na iluminação do Espírito Santo.

“Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei; mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias.” Daniel 2:27,28

“Vi emergir do mar uma besta”

O apóstolo João foi levado pelo Senhor a presenciar todos os acontecimentos narrados no Apocalipse, pois a João foi dado que escrevesse sobre o que via:

“Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: Eu sou o Alfa e o Omega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Asia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia.” Apocalipse 1:10-11

Ao escrever o capítulo 13 do Apocalipse, João relata e narra que viu emergir do mar uma besta. O mar, aqui e em outros trechos das Escrituras, simboliza o mundo, assim entendido como todo o universo visível no qual vive e atua o ser humano. Besta (do grego therion) significa um animal feroz, uma fera, um ser indomável e implacável. No Apocalipse há três Bestas descritas:

1-O Líder Mundial Blasfemo (1)

2-A Aliança de Dez Nações (2)

3-O Falso Profeta (3)

“Tinha dez chifres e sete cabeças”

Seria impossível entendermos esta passagem das Escrituras, não tivesse o Senhor concedido a explicação sobre essas cabeças e esses chifres, no capítulo 17 do Apocalipse:

“Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis, dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco. E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição. Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.” Apocalipse 17:9-12

“Os dez chifres que viste são dez reis”

Segundo as Escrituras, dez reis se unirão em uma aliança e terão grande autoridade sobre o mundo. Na realidade, esses dez reis serão dez governantes de dez nações que se unirão em uma poderosa aliança internacional, uma das mais poderosas, e também a última, de toda a história da humanidade. Essa aliança é a besta (2). Podemos ler sobre essa aliança das dez nações em Daniel:2:

“Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis” Daniel 7:24

Os dez chifres da besta (2) serão, portanto, dez reis que se unirão em uma aliança política, militar e econômica. Esta aliança será um poder imperialista e ditatorial, e dominará sobre o mundo. As características deste reino, o último antes que venha o fim, será de crueldade e destruição. Vejamos o que diz a Bíblia sobre esse reino:

“A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade.” Apocalipse 13:2

Quem ler o Livro do Profeta Daniel entenderá que quando as Escrituras se referem a um reino semelhante a leopardo, isto significa um reino feroz, implacável e destruidor. Semelhantemente, os pés como de urso significam a força para esmagar e para abater, e é isto o que o império da besta (2) procurará fazer aos seus opositores. Boca de leão significa um reino que devora e que dilacera, como o faz a poderosa boca de um leão. Esta simbologia fica bem entendida, como já escrevi, quando se lê o Livro do Profeta Daniel. Estas, portanto, serão as características do império da besta (2), a Aliança das Dez Nações, os Dez Chifres.

“Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora. Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem.” Apocalipse 17:12,13

No trecho bíblico acima, vemos que os dez reis da aliança das dez nações oferecem seu poder, sua influência política, militar e econômica à besta, ie, à Confederação das Dez Nações, sendo os seus governos submissos às causas e aos interesses da confederação das dez nações, a besta (2).

“e sete cabeças”

Novamente aqui, não seria possível entendermos o significado dessas sete cabeças, não fosse o trecho de Apocalipse 17:

“Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis, dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco. E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.”

Este trecho mostra uma sucessão temporal de sete reis que se levantarão, sendo eles, cada um à sua vez, o líder da confederação dos dez chifres, a besta (as dez nações). “Dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou” mostra o sexto rei (ou líder) no momento de sua atuação, e que será substituído pelo sétimo rei, o qual virá, seguindo a cronologia dessa sucessão, após a queda do sexto rei. O sétimo rei governará por pouco tempo: “e, quando chegar, tem de durar pouco”. “E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.” Este será o Anticristo, a Besta (1) que dominará o mundo, sendo o último líder da confederação das dez nações (2), o qual receberá autoridade para liderar como nenhum dos seus antecessores.

“Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela? Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu. Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Se alguém tem ouvidos, ouça.” Apocalipse 13:3-9

Antes de prosseguirmos, uma breve recapitulação:

A Besta (2) será uma Aliança de Dez Nações, a qual será liderada por sete cabeças (sete reis) que ocuparão a liderança da confederação, um após o outro, e que oferecem todo seu poder a essa confederação (os dez chifres). O último desses reis, o oitavo, e que procede dos sete, será o Anticristo, o Líder Mundial Blasfemo (1).

“Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta;”

Esta cabeça “como golpeada de morte” se refere ao oitavo rei, o que “procede dos sete, e caminha para a destruição”. É este (1) o último dos líderes da confederação (2). Pelo trecho bíblico acima, podemos ver que esse homem será ferido e tido por morto, e quando reaparecer causará grande surpresa ao mundo, o qual se maravilhará diante desse acontecimento, e passará a aceitá-lo como o Líder do Mundo.

Esse líder mundial falará coisas horrendas contra Deus, será um líder blasfemo e instrumento do diabo:

“e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela? Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.”

No Livro de Daniel encontramos a referência a esse rei:

“Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito.” Daniel 11:36

Empreenderá uma grande e internacional perseguição contra os cristãos:

“Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse.”

A perseguição se dará devido ao ódio que Satanás nutre por Deus e por Seus filhos, os cristãos. Nós, cristãos, evidentemente que nos recusaremos a adorar esse Líder Mundial (1), e, também por isso seremos perseguidos. O mundo inteiro, os que estiverem separados do Senhor Jesus Cristo, se renderão à sedução do diabo e adorarão o Líder (1) da Confederação das Dez Nações (2):

“Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Se alguém tem ouvidos, ouça.”

Novamente, um breve resumo:

Dez nações se darão em aliança (2), e esta aliança culminará com o governo mundial do último dos líderes desta aliança, a Besta (1), o Anticristo, o qual será um homem dominado por Satanás, blasfemo e completamente arrogante e implacável. Este líder (1) da Confederação das Dez Nações (2) dominará sobre o mundo inteiro, e todas as nações o aceitarão como sendo o Líder do Mundo. APENAS OS CRISTÃOS O REJEITARÃO, por causa da fidelidade e do conhecimento de Deus, por esta razão a Igreja composta pelos verdadeiros servos e filhos do Senhor Jesus Cristo, será perseguida, até que venha o Senhor.

O líder mundial blasfemo receberá permissão do Céu a fim de que domine por quarenta e dois meses, três anos e meio:

“Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses;” e será morto pelo próprio Senhor Jesus Cristo, quando Este retornar à terra para o Dia do Senhor, o Dia do Juízo:

“então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. 2 Tessalonicenses 2:8.

Esse império mundial, formado por dez nações em aliança, e que será liderado pelo Anticristo, o oitavo rei, a última cabeça, terá apoio religioso. E esse apoio religioso será dado pelo Falso profeta (3).

“Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.” Apocalipse 13:11,12

Pelo atual desenrolar dos acontecimentos, é bem possível que a segunda Besta, o falso profeta, seja um Papa da Igreja Católica Romana, o ramo traidor e herege do Cristianismo. Karol Vojtila, o atual Papa, se encontra muito enfermo e avançado em idade, 82 anos. O Vaticano já demonstra evidentes sinais da grave manifestação final da apostasia (traição a Cristo) da Igreja Católica Romana. A promiscuidade explícita do Ecumenismo Mundial, o qual aceita a comunhão entre todas as religiões do mundo, muito provavelmente será grandemente intensificada pelo sucessor de Karol Vojtila. Católicos, Hinduístas, Budistas, Judeus, Muçulmanos, Espíritas, Feiticeiros, Gurus, Bruxos e até mesmo Protestantes (apóstatas) se entrelaçarão em uma promiscuidade espiritual das trevas e farão forte oposição aos verdadeiros cristãos. E terão ódio de nós, visto que jamais nos curvaremos diante de tamanha afronta a Deus. Esta união pagã e politeísta das religiões do mundo inteiro é a mais intensa e a maior de todas as proposições do New Age Movement, o Movimento Nova Era.

Este falso profeta, “a besta que é semelhante a cordeiro mas fala como dragão” operará sinais da mentira, enganado o mundo inteiro, e seduzirá as nações a fim de que adorem a Besta (1) como se fosse um deus.

“Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.” 2 Tessalonicenses 2:9-12

Vemos a mesma narrativa em Apocalipse 13:

“Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu; e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta.”

Sendo reconhecido pelo mundo como o seu líder, a Besta (1) será venerada e adorada pelo mundo, e uma imagem será feita a esse rei, e a adoração à imagem da besta será a última manifestação de idolatria da história da humanidade. Durante esse tempo, será colocada uma marca sobre a fronte ou sobre a mão direita de todos os adoradores da besta (1):

“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.” Apocalipse 13:16-18

Essa atitude de adoração à imagem da besta será letal e sem perdão. Deus adverte, solenemente, que os adoradores da besta e da sua imagem estarão irremediavelmente perdidos por toda a eternidade:

“Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome. Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” Apocalipse 14:9-12

Diante de tudo o que foi exposto, vemos que só há uma única maneira de estarmos seguros e de não sermos nem enganados e nem pegos de surpresa: Tendo fé no Senhor Jesus Cristo. A submissão a Cristo é a grande e única proteção efetiva contra todo o mal que, em breve, sobrevirá ao mundo.

“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” Senhor Jesus Cristo, João 6:37

terça-feira, 20 de abril de 2010

COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS?



(SÍNTESE) COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS?
OS ORIGINAIS

Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns poucos textos foram escritos em aramaico. O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, que era a língua mais utilizada na época.

Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos pelos seus autores, se perderam. As edições do Antigo Testamento hebraico e do Novo Testamento grego se baseiam nas melhores e mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas.

Para a tradução do Antigo Testamento, a Comissão de Tradução da SBB usa a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento é utilizado The Greek New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.

O ANTIGO TESTAMENTO EM HEBRAICO

Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração.

Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por A Lei, Os Profetas e As Escrituras. Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C. A Lei continha os primeiros cinco livros da nossa Bíblia. Já Os Profetas, incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. E As Escrituras reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.

Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei freqüentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico - da direita para a esquerda - e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.

Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.

O NOVO TESTAMENTO EM GREGO

Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado.
A formação desses grupos marca o início da igreja cristã. As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação.

A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam, passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos cristãos similares também começaram a circular.

O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do Século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos cem anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.

OUTROS MANUSCRITOS

Além dos livros que compõem o nosso atual Novo Testamento, havia outros que circularam nos primeiros séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou Ensinamento dos Doze Apóstolos). Durante muitos anos, embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar quais dos muitos manuscritos eram realmente autorizados. Entretanto, gradualmente, o julgamento das igrejas, orientado pelo Espírito de Deus, reuniu a coleção das Escrituras que constituíam um relato mais fiel sobre a vida e ensinamentos de Jesus. No Século IV d.C. foi estabelecido entre os concílios das igrejas um acordo comum e o Novo Testamento foi constituído.

Os dois manuscritos mais antigos da Bíblia em grego podem ter sido escritos naquela ocasião - o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois inestimáveis manuscritos contêm quase a totalidade da Bíblia em grego. Ao todo temos aproximadamente vinte manuscritos do Novo Testamento escritos nos primeiros cinco séculos.

Quando Teodósio proclamou e impôs o cristianismo como única religião oficial no Império Romano no final do Século IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla por boas cópias de livros do Novo Testamento. É possível que o grande historiador Eusébio de Cesaréia (263 - 340) tenha conseguido demonstrar ao imperador o quanto os livros dos cristãos já estavam danificados e usados, porque o imperador encomendou 50 cópias para as igrejas de Constantinopla. Provavelmente, esta tenha sido a primeira vez que o Antigo e o Novo Testamentos foram apresentados em um único volume, agora denominado Bíblia.

HISTÓRIA DAS TRADUÇÕES

A Bíblia - o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo -, desde as suas origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser conhecida e compreendida por toda a humanidade. A necessidade de difundir seus ensinamentos através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou em inúmeras traduções para os mais variados idiomas e dialetos. Hoje é possível encontrar a Bíblia, completa ou em porções, em mais de 2.000 línguas diferentes.

A PRIMEIRA TRADUÇÃO

Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes de Cristo. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica, o Antigo Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que viviam no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico.
Denominada Septuaginta (ou Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi realizada por 70 sábios e contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica; pois não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua Bíblia. Eles são chamados apócrifos ou deuterocanônicos e encontram-se presentes nas Bíblias de algumas igrejas.

Esta tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.

OUTRAS TRADUÇÕES

Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos nas línguas copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim - a mais importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente.

Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C, o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial das Escrituras.

Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se conhecida como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns ("vulgus"). Embora não tenha sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.

Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo.

Não se sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós. Aos poucos as traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo.

AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS

Na Alemanha, em meados do Século 15, um ourives chamado Johannes Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas decoradas a mão passaram a competir com os mais belos manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para imprimir Bíblias em seis línguas antes de 1500 - alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e catalão; e em outras seis línguas até meados do século 16 - espanhol, dinamarquês, inglês, sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.
Finalmente as Escrituras realmente podiam ser lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim. No início do século 16, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos.

Uma pessoa de grande destaque durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim. Assim, pela primeira vez estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo fossem de origem relativamente recente e, portanto, não eram completamente confiáveis.

DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS

Várias foram as descobertas arqueológicas que proporcionaram o melhor entendimento das Escrituras Sagradas. Os manuscritos mais antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam de 850 d.C. Existem, porém, partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do segundo século da era cristã. Mas sem dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó.

Durante nove anos vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumrân, no Mar Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias. Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no Século I, nos 800 pergaminhos, escritos entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do cristianismo.
Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 estabelecem que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C. Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías, feita cerca de cem anos antes do nascimento de Cristo. Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas.

Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como o do profeta Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.

As descobertas arqueológicas, como a dos manuscritos do Mar Morto e outras mais recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da Bíblia. Elas têm ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujo sentido não era absolutamente claro. Antes disso, os tradutores se baseavam em manuscritos mais "novos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da origem dos textos bíblicos.

ORIGEM DO DIA DA BíBLIA

O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo domingo do Advento - celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal. Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia. No Brasil, o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus.

Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880, esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, se popularizando.

Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição do Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo, no Monumento do Ipiranga.

Hoje, o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países, sendo que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de setembro, numa referência ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o latim. As comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o País.

segunda-feira, 19 de abril de 2010


História da Escola Dominical no Brasil







ESBOÇO HISTÓRICO



“Eu tenho a certeza que as escolas dominicais são, atualmente, a melhor instituição prática para controlar esses elementos indisciplinados e violentos da sociedade e providenciar-lhes uma educação básica.” - Robert Raikes em audiência com a Rainha Carlota da Inglaterra.[1]





INTRODUÇÃO



Quando comemoramos o dia da Escola Dominical (3° domingo de setembro), normalmente nos lembramos do seu fundador, Sr. Robert Raikes (1736-1811), um jornalista que no ano de 1780, em Gloucester, na Inglaterra, iniciou um trabalho de educação cristã ministrada à crianças que não freqüentavam escola. A este homem sem dúvida alguma, devemos o início sistemático desta escola tão singular,[2] que se espalhou rapidamente por toda a Inglaterra, tendo oposição, todavia, contando também com o entusiasmo e apoio de inumeráveis pessoas, tais como, John Wesley (1703-1791)[3] e William Fox. Em 1788 a Escola Dominical já possuía, só na Inglaterra, mais de 250 mil alunos matriculados.[4]



Todavia, hoje queremos apresentar um esboço histórico do início da Escola Dominical no Brasil, para que junto possamos conhecer um pouco mais deste trabalho, que tantos benefícios espirituais trouxe, e continua trazendo à Causa Evangélica em nossa pátria.

Quando os primeiros missionários protestantes começaram a chegar no Brasil, o movimento das Escolas Dominicais já estava firmado na Inglaterra, tendo também, se tornado muito forte nos Estados Unidos. Isto explica parcialmente, o porquê deste trabalho ser logo implantado no Brasil, muitas vezes, até mesmo antes de se estabelecer formalmente o Culto público. Vejamos então, como a Escola Dominical surgiu no Brasil....



1. OS METODISTAS COMO PIONEIROS[5]



No dia 28 de junho de 1835 embarca em Baltimore nos Estados Unidos rumo ao Brasil, o Rev. Fountain E. Pitts, que chegaria no Rio de janeiro em 19 de agosto de 1835,[6] permanecendo ali durante alguns meses, viajando em seguida para Montevidéu, e, depois de algumas semanas, tomou o vapor para Buenos Aires,[7] que era o objetivo final de sua vinda[8].



O Rev. Pitts, entusiasmado com as perspectivas do trabalho evangélico, deu um parecer favorável à implantação de uma missão Metodista no Brasil. No dia 2 de setembro de 1835, ele escreve ao secretário correspondente da Sociedade Missionária da Igreja Metodista Episcopal (IME):



“Estou nesta cidade (Rio de Janeiro) há duas semanas, e lamento que minha permanência seja necessariamente breve. Creio que uma porta oportuna para a pregação do Evangelho está aberta neste vasto império. Os privilégios religiosos permitidos pelo governo do Brasil são muito mais tolerantes do que eu esperava achar em um país católico (...) Já realizei diversas reuniões e preguei oito vezes em diferentes residências onde fui respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom povo....”[9]



Na seqüência, Pitts opina sobre o caráter e a experiência daquele que deverá ser enviado como missionário...



“....Nosso pequeno grupo de metodistas precisará muito de um cristão experimentado para conduzi-lo; no entanto, eles estão decididos a se unirem e a se ajudarem mutuamente no desenvolvimento da salvação de suas almas (...) O missionário a ser enviado para cá dever vir imediatamente e iniciar o estudo do idioma português sem demora...”[10]



As sugestões de Pitts são aceitas. No dia 29 de abril de 1836 desembarca no Rio de Janeiro, proveniente de New York, Estados Unidos, o missionário, Rev. Justin Spaulding, acompanhado de sua esposa, o filhinho Levi, e sua empregada.[11] Spaulding demonstrou ser muito empreendedor no seu trabalho. Em carta ao secretário da IME, datada de 5/5/1836, menciona que já organizara uma pequena escola dominical com o grupo de metodistas que o Rev. Pitts reunira.[12] Posteriormente, em relatório ao secretário correspondente da IME, datado de 01/9/1836, acentua:



“.... Conseguimos organizar uma escola dominical, denominada Escola Dominical Missionária Sul-Americana, auxiliar da União das Escolas Dominicais da Igreja Metodista Episcopal... Mais de 40 crianças e jovens se tornaram interessados nela (...) Está dividida em oito classes com quatro professores e quatro professoras. Nós nos reunimos às 16:30 aos domingos. Temos duas classes de pretos, uma fala inglês, a outra português. Atualmente parecem muito interessados e ansiosos por aprender...”[13]



Desta forma, baseados nos documentos que temos, podemos afirmar que a primeira Escola Dominical no Brasil dirigida em português, foi organizada no dia 01 de maio de 1836. Com esta afirmação, estamos esclarecendo alguns equívocos cometidos, a saber: 1) A sugestão de que foi em junho de 1836 que o Rev. Spaulding teria iniciado a Escola Dominical;[14] 2) A afirmação de que foram os Congregacionais os primeiros a organizarem esta escola com aula em português em 19/08/1855;[15] 3) A declaração de que foram os Presbiterianos que iniciaram a referida escola em 1860.[16]



Voltando a nossa rota inicial, observamos que o trabalho Metodista apesar de ter sido bem iniciado, teve curta duração: a missão metodista, por diversas razões,[17] encerrou as suas atividades no Brasil em 1841. Neste mesmo ano[18] ou em 1842,[19] o Rev. Spaulding retornou aos Estados Unidos.



A missão Metodista só teria o seu reinício definitivo no Brasil, em 05/08/1867[20], com a chegada do Rev. Junius Eastham Newman (1819-1895) no Rio de Janeiro. Em abril de 1869, Newman mudou-se para o interior de São Paulo, Saltinho[21], trabalhando entre os colonos americanos... Ali, junto com os imigrantes de Santa Bárbara, organizou no terceiro domingo de 1871,[22] a Primeira Igreja Metodista do Brasil, com cultos em inglês. No entanto, o trabalho metodista só receberia convertidos brasileiros em 9 de março de 1879, no Rio de Janeiro.[23]



O Bispo John C. Granbery, da Igreja Metodista Episcopal do Sul, desembarcou no Rio de Janeiro de 4 de julho de 1886, fazendo então, a primeira visita episcopal metodista ao Brasil. Em 15/09/1886, organizou a primeira conferência anual metodista na Igreja Metodista do Catete.[24]



2. OS CONGREGACIONAIS: UMA ESCOLA DOMINICAL DEFINITIVA



O Dr. Robert Reid Kalley (1809-1888), médico e pastor escocês, acompanhado de sua esposa, Srª Sarah Poulton Kalley (1825-1907), desembarcou no Rio de Janeiro no dia 10/05/1855, às cinco horas da manhã, proveniente da Inglaterra[25].



O Dr. Kalley tivera uma experiência intensa. Ele como missionário na Ilha da Madeira – desde outubro de1838 –. realizava um trabalho muito concorrido, pontilhado por atividades de âmbito médico (fundando inclusive um hospital)[26], educacional e religioso. Foi então que em 1843, a Igreja católica moveu uma perseguição contra ele. Depois de passar vários meses (mais de cinco meses)[27] preso, foi liberto no final de 1843[28]. Em 1846 a situação tornou-se insustentável; a turba havia se voltado contra ele e, nem o consulado dava-lhe mais garantias... A sua casa “foi assaltada e queimada a sua biblioteca e valiosos manuscritos....”.[29] O caminho foi fugir da ilha – disfarçado de mulher enferma –, juntamente com algumas famílias de seus fiéis,[30] sucedendo-lhe centenas de outros protestantes que também fugiram dali.[31] À época, o Dr. Kalley era casado com Margaret Kalley, que viria falecer em 1851 na Síria[32]. Posteriormente (14/12/1852), casou-se com Sarah Poulton Wilson (1825-1907), "poetisa, lingüista e musicista",[33] proveniente de uma família abastada, que se tornaria nossa conhecida como Sarah Poulton Kalley[34].



As perseguições sofridas na Ilha da Madeira marcaram profundamente a sua personalidade, tornando-o bastante cauteloso em sua ação missionária, embora, sem jamais negligenciá-la.[35]



Devido a dificuldade de encontrar no Rio de Janeiro um imóvel que fosse conveniente para residência e atendesse aos seus objetivos na obra evangélica, o casal após visitar a Tijuca, Niterói e Petrópolis, decidiu-se finalmente por Petrópolis,[36] mudando-se para aquela cidade serrana em fins de julho de 1855, hospedando-se no hotel Oriente (que ficava localizado na atual rua Sete de Abril).[37] No dia 15 de outubro de 1855, finalmente o casal se mudou para a sua nova residência no distrito petropolitano de Schweizaerthal (bairro suíço), onde alugou a mansão “Gerheim” (“lar muito amado”),[38] de propriedade do Sr. Alexandre Fry.



A Escola Dominical foi inaugurada pelo casal Kalley em “Gerheim” na tarde de 19/8/1855.[39] - isto ocorreu com a permissão do atual inquilino da mansão: o embaixador americano Sr. Webb, que ainda não desocupara a casa,[40] com quem o Dr. Kalley fez boa amizade. Na ocasião a Srª Kalley leu a história do profeta Jonas, ensinou-lhes alguns hinos[41] e deram graças ao Senhor.[42]



Passados dois ou três domingos, a escola dominical passou a funcionar com uma classe de crianças e outra de adultos, sendo esta dirigida pelo Rev. Kalley, contando alunos negros[43]. “As classes da escola dominical continuaram a funcionar através de muitas dificuldades, tais como - os maus caminhos em ocasiões de grandes chuvas, doenças, distrações sociais, festas religiosas, visitas de amigos e, mais tarde, as ausências da amável professora, quando acompanhava o seu marido ao Rio, para animar os irmãos que tinham as suas reuniões no Bairro da Saúde”.[44]



Não se dispõe de dados estatísticos de matrícula e freqüência desta incipiente escola dominical; temos apenas alguns informes esparsos que nos revelam o seu crescimento constante:



Em 11/5/1856, a Srª Kalley começou a ler a Bíblia em português a algumas crianças e a duas de suas criadas (alemãs ?)[45]

Neste mesmo ano as reuniões passaram a ser realizadas em português, inglês e alemão.[46]



08/6/1856, além da presença de adultos, a Escola Dominical contava com dez crianças (quatro que falavam português[47] ou inglês[48] e seis que conheciam o alemão).[49]



Em 01/7/1856, há o registro de 13 alunos presentes. Num domingo de setembro, compareceram 17 alunos. A partir de outubro, a freqüência média passou a ser de 20 a 25 alunos, às vezes aumentando.



Uma aluna desta época, Christina Fernandes Braga[50]- avó da famosa historiadora Henriqueta Rosa Fernandes Braga[51] -, mais tarde, em 1917, relembraria com indisfarçável satisfação a sua infância, quando estudou com a Srª Kalley:



“Quando eu tinha a idade de 7 anos, em 1856, freqüentava a ‘Classe Bíblica’ do Dr. Robert Reid Kalley em Petrópolis, em sua chácara, à rua Joinville, hoje Ypiranga. Reuniam-se ali, das 2 ou 3 às 4 horas da tarde, aos domingos, para o estudo da Bíblia, sentados em volta de uma mesa grande, na sala de jantar, cerca de 30 a 40 alemães, meninos e meninas, em sua maioria, cada um trazendo seu Novo Testamento. Quem levasse decorados três versículos, recebia um cartãozinho com um texto bíblico; quem conseguisse adquirir 10 cartõezinhos, recebia um cartão maior, e quem conseguisse 3 maiores recebia um livro.



“Em todas as reuniões, cantavam-se hinos".

“À saída, encontrávamos os que vinham para o estudo bíblico em português - esses eram em menor número..."



“Após o estudo em português, reunia-se a ‘Classe Inglesa’”.



“(...) Deve-se notar que a ‘Classe Alemã’ era mais numerosa, pois a língua alemã era mais vulgarizada em Petrópolis, naquele tempo. Tanto o Dr. Kalley, como sua esposa, Mrs. Kalley, falavam bem esse idioma..."



“Mrs. Kalley só matriculava alunos de oito anos para cima e, no entanto, fui matriculada antes dessa idade, devido à minha persistência e porque sabia diversos capítulos de cor....”.[52]



Em 30/5/1860, o casal Kalley mudou-se para uma propriedade mais central em Petrópolis, denominada de “Eyrie”, pertencente ao Barão de Lucena (1835-1913), localizada à rua Joinville, n° 1 (Atual Avenida Ipiranga, 135).[53] A Escola Dominical continuou normalmente em sua residência.



Em 18/7/1864, nova mudança; agora o casal vai para o Rio de Janeiro, passando a residir provisoriamente na rua do Propósito, até que a reforma da sua nova casa fosse concluída, o que ocorreu em 18/11/1864, quando então foram morar à Travessa das Partilhas, 34 (depois 44 e 56). Nesta residência, a Escola Dominical continuou funcionando na sala de jantar. “Terminada a lição, os discípulos desciam a grande escadaria que ia ter ao salão da travessa das Partilhas, onde então se realizava o culto público e a pregação do Evangelho”.[54]



Com isso, os irmãos de Petrópolis que podiam, passaram a freqüentar a Escola Dominical do Rio de Janeiro, enfraquecendo assim, gradativamente a Escola de Petrópolis.[55] Por este ou por outros motivos, o fato é que este trabalho seria encerrado (1871 ?)[56]. No jornal O Christão - Órgão da União Evangélica Congregacional do Brasil e de Portugal -, de 15 de agosto de 1927, p. 7, encontramos um desabafo de alguém que subscrevia o seu artigo com as iniciais “A.A”, lamentando pelo término do trabalho em Petrópolis, ao mesmo tempo em que estimulava sua Igreja a reiniciar a obra evangélica naquela cidade.



Concluindo esta parte do estudo, podemos observar que a Escola Dominical organizada pelo casal Kalley, se caracterizou pela preocupação de se ensinar a Bíblia e hinos evangélicos. Recordemos o testemunho de sua antiga aluna: “Em todas as reuniões, cantavam-se hinos”. É digno de menção que eles editaram em 1861 um hinário com 50 hinos, intitulado, “Psalmos e Hinos para o Uso Daquelles que Amão A Nosso Senhor Jesus Cristo”, hinário que seria ampliado através dos anos: 2ª edição em 1865, com 83 hinos; 3ª edição em 1868 com 100 hinos; 4ª edição em 1873, 130 hinos.[57]



O casal retornou definitivamente para a Escócia em 1876.[58]



Neste método, encontramos delineado o princípio defendido por Martinho Lutero (1483-1546) em 1530, que disse: “Depois da teologia, não existe arte que se possa equiparar à música, porque sobre ela, depois da teologia, é que consegue uma coisa que no mais só a teologia proporciona: um coração tranqüilo e alegre.”[59]



3. OS PRESBITERIANOS E A ESCOLA DOMINICAL



O Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867) foi o primeiro missionário presbiteriano a se estabelecer no Brasil (12/8/1859) - antes dele esteve o Rev. James Cooley Fletcher (1823-1901), todavia, ele não pregou em português nem fundou igreja alguma, pois esta não era a sua missão, contudo, realizou um trabalho notável[60]...



Simonton, antes de vir para o Brasil estudara um pouco o português em New York,[61] no entanto, não se sentia seguro, como é natural, para pregar nesta nova e difícil língua...



Nestes primeiros meses de Simonton no Rio de Janeiro, torna-se visível a sua angústia por não conseguir aprender o português tão rapidamente como gostaria; ele se ofereceu a algumas pessoas para ensinar o inglês ou outra língua morta, enquanto elas, no caso, ensinariam-lhe o português ou, se não fosse o caso, ele forçosamente aprenderia o português, por ser obrigado a conversar com seus alunos na língua materna deles. Aqui dois personagens devem ser destacados. O primeiro, é o Dr. Manuel Pacheco da Silva (1812-1889), a quem Simonton trouxera carta de apresentação remetida por Fletcher.[62] O Dr. Pacheco era um intelectual, diretor do Externato do Colégio Imperial Dom Pedro II de 1855 a 1872,[63] função que exerceu com competência.[64] Ele era amigo de Fletcher e, tornou-se amigo, aluno de inglês e confidente de Simonton.[65] No início de seus contatos, o Dr. Pacheco ofereceu-se para ajudá-lo do estudo do português e Simonton retribuiu a oferta para o estudo do Hebraico.[66] Foi ele quem apresentou Simonton ao segundo personagem, que destaco; o Dr. Teófilo Neves Leão, que era Secretário da Instrução Pública, o qual "prometeu ajudá-lo a conseguir uma licença de professor, necessária para que pudesse legalmente abrir uma escola particular."[67]



Os dois tornaram-se amigos e, em dezembro de 1859, Simonton registra: "Começamos no dia seguinte (a aprender português e a ensinar inglês) e agora vou diariamente a seu escritório às duas horas. É importante ter como professor alguém que tenha bom conhecimento da língua."[68]



Apesar destes esforços, Simonton continuou tendo dificuldade com a língua e, as duas vezes em que anunciou no jornal a sua disposição em ensinar, não lhe trouxe alunos.[69]



Em 02/01/1860, Simonton mudou de residência, indo morar com uma família que falava o português: "Muitos esforços e orações foram coroados de êxito e moro em casa onde posso ouvir e falar o português (...) Estou bem instalado, mais que esperava em casa de fala portuguesa; já era mais que tempo de saber a língua da terra"[70].



Finalmente, em 22 de abril de 1860, ele começou uma classe de Escola Dominical no Rio de Janeiro, ao que parece na casa do Sr. Grunting, onde havia alugado um quarto para a sua residência, desde 10/4/1860, por um período de quase seis meses.[71] Este foi o seu primeiro trabalho em português. Os textos usados com as cinco crianças presentes (três americanas da família Eubank e duas alemãs da família Knaack), foram: A Bíblia, O Catecismo de História Sagrada e o Progresso do Peregrino, de Bunyan.[72] Duas das crianças, Amália e Mariquinhas (Knaack), confessaram ou demonstraram na segunda aula (29/04/1860), terem dificuldade em entender John Bunyan.[73]



A primeira Escola Dominical organizada em São Paulo pelos presbiterianos, ocorreu no dia 17 de abril de 1864, às 15 horas, com sete crianças, sob a direção do Rev. Alexander L. Blackford (1829-1890), que se encontrava no Brasil desde 25/7/1860 e, em São Paulo, desde 09/10/1863[74]. Este trabalho permaneceu e, posteriormente o seu horário foi transferido para às 10 horas, sendo seguido de um ato de Culto.[75]



Terminada esta parte histórica, façamos algumas considerações sobre a Educação Cristã...



4. A EDUCAÇÃO: IMPORTÂNCIA E LIMITES



O homem é um ser educável. Ninguém consegue escapar à educação; ela está em toda parte, sendo intencional ou não, somos bombardeados com informações e valores que contribuem para nos dar um nova cosmovisão e delinear o nosso comportamento,[76] conforme a assunção consciente ou inconsciente de valores e paradigmas que reforçam ou substituem os anteriormente aprendidos, manifestando-se em nossas atitudes e nova perspectiva da realidade que nos circunda.



A educação é um fenômeno “tipicamente humano”. Os animais podem ser adestrados mas, só o homem pode ser educado.[77]



A educação é fundamental para uma construção e transformação social. A educação é mais do que a transmissão de informações; ela consiste principalmente na formação ética do homem[78]. A educação visa formar homens com valores morais que envolvam deveres para com Deus, para consigo mesmo, para com o seu próximo e para com a sua pátria.[79] A Educação moral engloba o homem todo, considerando-o como ser religioso, racional, emotivo, livre e responsável. A genuína educação visa formar o homem para viver criativamente em sociedade, a fim de que ele possa assimilar, adaptar e transformar a cultura, através de um posicionamento racional, emocional e moral; ou seja, que o homem viva e atue em seu meio, com a integridade do seu ser. Isto só se torna possível, se conseguirmos despertar em nossos alunos, o amor e o comprometimento incondicional com a busca da verdade; em outras palavras: compromisso com Deus e a Sua Palavra.



Todavia, se a educação é extremamente relevante, devemos observar que ela não resolve todos os problemas sociais, morais e espirituais. A educação pode nos mostrar o certo e nos estimular a praticá-lo; contudo, entre o conhecimento do certo e a sua prática, há uma grande distância (Vd. Rm 7.14-24).[80]



O filósofo grego Platão (427-347 aC.), seguindo o conceito de seu mestre Sócrates (469-399 aC.),[81] entendia que o homem pratica o mal por ignorância do bem. O problema para Platão, foi conseguir demonstrar a sua tese através do relacionamento com o seu “discípulo” de Siracusa, Dionísio, o Jovem. Este, cansado de suas lições, mandou Platão de volta para Atenas; em outro período (361 aC), quando Platão a seu pedido elaborou uma nova Constituição para Siracusa, o monarca não se agradando da mesma, o aprisionou. Este é apenas um, entre diversos exemplos que a História registra, de homens que sabiam a verdade, porém seguiam caminhos opostos.[82]



Reafirmamos a importância do ensino; todavia, enfatizamos que é o Espírito Santo Quem nos capacita a fazer a vontade de Deus, a seguir os Seus mandamentos: Estar convencido de uma verdade não capacita ninguém a praticá-la. (Vd. Jo 15.5; Fp 2.13; 1 Jo 5.3-5).

Por outro lado, devemos também reconhecer, que “Deus opera através de processos naturais de maneira sobrenatural.”[83] Nós como professores de Escola Dominical, somos os instrumentos naturais de Deus para uma obra que transcende a nossa capacidade de compreensão: a transformação do homem. Deus em Sua soberania se dignou em nos usar como Seus “instrumentos naturais” para a transmissão da Sua Palavra sobrenatural, daí a ênfase divina no ensino da Palavra (Vd. Dt 6.6-9; Pv 22.6; Os 4.6; Mt 28.18-20/1 Tm 4.1). O Evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Para tanto, o homem precisa conhecer o Evangelho, ser instruído a respeito do seu teor, e compete à Igreja fazê-lo. À Igreja cabe a responsabilidade intransferível de pregar o Evangelho a toda criatura. “A mais importante implicação da catolicidade da igreja, observa Kuiper, é seu solene dever de proclamar o evangelho de Jesus Cristo a todas as nações e tribos da terra.”[84] dominical



Van Horn declara o seguinte:



“O mestre cristão deveria descobrir o propósito do ensino: a formação do homem em sua personalidade independente servindo a Deus segundo Sua Palavra. Este propósito pode alcançar-se unicamente promovendo uma submissão obediente à Palavra de Deus tanto do mestre como do aluno.



“O ensino, segundo a Bíblia, é simplesmente a satisfação de uma necessidade divinamente ordenada (a renovação do homem caído e redimido no que Deus queria que ele fosse), em uma maneira divinamente ordenada (o uso de métodos conseqüentes com a autoridade máxima, as Escrituras).”[85]


Concluindo, devemos nos lembrar que hoje nós somos herdeiros deste trabalho que cresceu e frutificou. Cabe-nos a responsabilidade de participar, orar e usar a nossa inteligência para aperfeiçoar a Escola Dominical, a fim de que ela continue sendo um veículo poderoso de propagação do Evangelho e de edificação espiritual da Igreja.

domingo, 18 de abril de 2010



Jesus, o missionário por excelência

Esequias Soares

Extraído da Revista "Lições Bíblicas"
Jovens e Adultos - Lições do 3o. trimestre de 2000
CPAD - Casa Publicadora das Assembléias de Deus

Alguém já disse que o maior problema do Cristianismo não é a ignorância dos crentes sobre a situação do mundo e sim o indiferentismo. Não podemos ficar alienados ao sofrimento da humanidade. A força que move a obra missionária é a compaixão. Jesus sempre teve compaixão dos necessitados: passava dias, de manhã à noite, curando enfermos; percorria vilas e cidades, e jamais despediu uma pessoa que o tivesse procurado sem dar-lhe a sua bênção; finalmente, cumpriu sua sublime missão, morrendo por todos os pecadores.

Jesus, o missionário por excelência, não só cumpriu sua grandiosa missão salvífica, assumindo a cruz no lugar de toda humanidade, como também organizou um movimento missionário evangelizador: selecionou, instruiu e treinou discípulos; especificou-lhes a tarefa de testemunhar em todo o mundo; instituiu a Igreja e enviou o Espírito Santo. O Senhor Jesus Cristo ofereceu-nos o perfeito exemplo de missionário. Cumpre-nos imitá-Lo, se quisermos ser testemunhas eficientes.

Jesus, como autêntico missionário, em várias ocasiões demonstrou a seus discípulos seu interesse na evangelização mundial: apresentou-se como água viva para a samaritana no poço de Jacó; curou a filha de uma mulher cananéia, assim como o servo de um centurião romano. Além disso, fez diversas declarações elucidando o objetivo universal de sua missão. Com base na exposição acima, peça a seus alunos que listem no quadro de giz, textos referentes à visão missionária de Cristo. Considere os exemplos abaixo:

1) “Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente de do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Jacó no reino dos céus” (Mt 8.11).

2) “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes...” (Mt 24.14).

3) “Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações” (Mc 13.10).

INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus Cristo é divisor de águas de nossas vidas e da História Universal. Ele é o único cuja história afeta a vida humana. Ninguém pode ficar alheio à sua vida e obra. É o nosso modelo em tudo; a Bíblia diz que em tudo foi perfeito; é nEle que devemos nos inspirar. Ele é o missionário por excelência.

I. O SENHOR JESUS CRISTO

1. Senhor. Fala da divindade absoluta de Jesus. A Septuaginta traduziu Adonay e Jeová pela palavra grega kyrios que é “Senhor”, nome divino. Dizer: “César é Senhor” seria reconhecer a divindade do imperador romano. Era por isso que os cristãos primitivos recusavam-se a chamar a César de Senhor. O apóstolo Paulo disse: “e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3). Se Cristo fosse um mero Senhor, haveria necessidade de o Espírito Santo o revelar? Claro que não (At 2.36).

2. Origem do nome Jesus. O nome Jesus vem do hebraico Yehoshua ou Yeshua — “Josué”, que significa “Jeová” ou “Iavé é salvação”. Josué era chamado de Oshea ben Num “Oséias filho de Num” (Nm 13.8; Dt 32.44). Moisés mudou seu nome para Yehoshua ben Num “Josué filho de Num” (Nm 13.16). A Septuaginta transliterou o nome hebraico por Iesous — “Jesus”, em todas as passagens do Antigo Testamento, exceto 1 Cr 7.27, que aparece Iousue — “Josué”.

3. Cristo. É a forma grega do nome hebraico mashiach — Messias, que significa “ungido” (Dn 9.25, 26). O Novo Testamento diz que Messias é o mesmo que Cristo (Jo 1.41; 4.25). Isso por si só reduz a cinzas todos os argumentos das seitas que propagam tais coisas. O nome Jesus Cristo quer dizer: Salvador Ungido. E a Palavra Senhor diz respeito à sua deidade absoluta.

II. O ENVIADO DO PAI

1. Missionário. O conceito de “missão” no contexto bíblico teológico é “enviar” e vem da palavra grega apostolos. Esse vocábulo é usado no Novo Testamento para designar os doze apóstolos: “e escolheu doze deles, a quem deu o nome de apóstolos” (Lc 6.13). É também usado para os enviados como embaixadores ou missionários da Igreja (2 Co 8.23; Fp 2.25). A Igreja Ortodoxa Grega desde o princípio usava o vocábulo apostolos para designar seus missionários. Já os nossos termos linguísticos “missão” e “missionário” vem do latim “mitto”, que quer dizer enviar, mandar.

2. O enviado de Deus. Jesus é chamado de apostolos no Novo Testamento grego: “Considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb 3.1). Deus enviou o seu Filho ao mundo (v.17), o Filho enviou seus discípulos ao mundo (Jo 20.21), o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para dar poder à Igreja em sua missão de buscar os perdidos da terra (Lc 24.49;At 1.8). A Bíblia diz que Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm 1.15). Essa, portanto, foi a missão na terra do missionário por excelência.

3. Jesus é singular. Basta uma lida nos Evangelhos para deixar qualquer um perplexo. A perfeição e a singularidade que encontramos na vida e ministério de Jesus são algo nunca visto na história. Não procurava status e associava-se com os pecadores: publicanos e prostitutas (Mt 11.19; 21.31,32); embora santo, perfeito e impecável, foi submetido aos nossos sofrimentos e provações. Rompeu barreiras geográficas, culturais, étnicas e religiosas (Mc 7.24-27; Jo 4.9). Eis o modelo de missionário: Jesus é de todos e para todos; é o único Salvador do mundo; é dever nosso levar o seu nome para as nações (Lc 24.47; At 1.8).

III. O VERDADEIRO HOMEM E O VERDADEIRO DEUS

1. Deus entre os homens. Se apenas o prólogo do Evangelho de João (1.1-14) fosse a única passagem da Bíblia que fizesse menção da deidade absoluta de Jesus, teríamos mais que o suficiente para fundamentar a doutrina de sua divindade. No entanto, temos na Bíblia inúmeras passagens que falam de maneira explícita que Jesus é Deus (Rm 9.5; Fp 2.5;Tt 2.14; Hb 1.8; 2 Pe 1.1) e ao mesmo tempo homem (1 Tm 2.5; 1 Jo 4.3). Deus assumiu a forma humana para entrar no mundo; é o que a Bíblia chama de “mistério da piedade” (1 Tm 3.16); pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).

2. Seu poder. Jesus revelou seu poder sobre o reino das trevas, sobre Satanás e o inferno (Mc 5.7-13); sobre as enfermidades e a morte (Mt 10.8), sobre o pecado e sobre a natureza (Jo 8.46; Mt 8.26, 27). Provou ser o verdadeiro Homem e o verdadeiro Deus. Nunca pronunciou palavras tais: “talvez, eu acho que..., não sei mas vou pesquisar, isso é muito difícil e vou orar e perguntar ao Pai, suponho que”, não! Mas sempre dizia: “Na verdade, na verdade te digo” (Jo 3.3); “Em verdade te digo” (Lc 23.43); “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35). Não havia a palavra “impossível” no seu dicionário.

3. O caráter divino de Jesus. Você nunca ouviu um muçulmano dizer: “Maomé vive em mim”, ou: “ele habita em meu coração”, ou ainda: “tenho comunhão com Maomé”. Da mesma forma os judeus com relação a Moisés, os budista com Buda, os confucionistas com Confúcio. Mas com Jesus é diferente. Nenhum dos chefes religiosos acima afirmou alguma vez ser o Deus verdadeiro, o Criador do céu e da terra, porém Jesus declarou sê-lo e realmente o é! (Jo 8.58; 10.30-33). Ele garantiu habitar nos corações de seus seguidores: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). Podemos como salvos dizer “Cristo vive mim” (Gl 2.20).

CONCLUSÃO

Não existe argumento convincente para não se crer em Jesus. Ele continua vivo em glória e majestade e tem todo o poder no céu e na terra. A grandeza do nome de Jesus pode ser vista na Bíblia, na história, nas artes, no nosso dia-a-dia e, principalmente, no testemunho pessoal de seus seguidores. Mesmo sob perseguições, o seu nome atravessou os séculos e, com a arma do amor, fundou o maior império da história – o único que não será destruído: o Reino de Deus, prometido pelo Senhor a Davi, e cumprido plenamente em Cristo Jesus Nosso Senhor.




















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MARÇO / ABRIL

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SEMEADORES MISSIONÁRIOS COM PAIXÃO PELAS ALMAS

sexta-feira, 16 de abril de 2010


O PRIMEIRO E O ÚLTIMO

UM MISSIONÁRIO É UM ENVIADO,COM A MAIS IMPORTANTE E GLORIOSA MENSAGEM PARA "TODA CRIATURA".

A PRIMEIRA MENSAGEM,NA OCASIÃO DO NASCIMENTO DE CRISTO,ERA UMA MENSAGEM MISSIONÁRIA,LUCAS 2.10

A PRIMEIRA ORAÇÃO QUE CRISTO ENSINOU,ERA UMA ORAÇÃO MISSIONÁRIA,MATEUS6.10

O PRIMEIRO DISCÍPULO, ANDRÉ ERA O PRIMEIRO MISSIONÁRIO,JOÃO 1.41

A PRIMEIRA MENSAGEM DE CRISTO RESSUSCITADO ERA UMA MENSAGEM MISSIONÁRIA,JOÃO 20.17

A PRIMEIRA ORDEM DO SENHOR JESUS RESSUSCITADO ERA UMA ORDEM MISSIONÁRIA,JOÃO 20.21

O PRIMEIRO SERMÃO APOSTÓLICO ERA UM SERMÃO MISSIONÁRIO,ATOS 2.17-39

A MAIOR RAZÃO DE EXERCER O AMOR CRISTÃO É UMA RAZÃO MISSIONÁRIA,JOÃO 13.35

A PRIMEIRA VINDA DE CRISTO ERA UMA OBRA MISSIONÁRIA,LUCAS 19.10

O ÚLTIMO DESEJO DE CRISTO ANTES DE PARTIR DA TERRA ERA UM DESEJO MISSIONÁRIO,MATEUS28.15

O ÚLTIMO ANELO DE CRISTO,AO SAIR DESTE MUNDO,DEVE SER O ANELO DE PRIMEIRA IMPORTÂNCIA PARA TODOS QUE AGUARDAM SUA VOLTA.

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO REALIZAR-SE-Á LOGO AO CUMPRIRMOS A OBRA MISSIONÁRIA,MATEUS 28.19


PR.ALEXANDRE JÚNIOR



TEXTO COPILADO POR,DIÁCONO: JANILDO ALVES DE MORAIS
JORNAL CEIFEIROS EM CHAMA
ANO XIII-Nº156 ABRIL DE 2010
"ORGÃO OFICIAL DA CONFRADESP"
*ASSEMBLÉIA DE DEUS*-MINISTÉRIO DO BELÉM.